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Hepatite B: saiba mais e previna-se!

Vírus da hepatite B ( HVB)

O que é a hepatite B?

É uma inflamação do fígado causada pelo vírus da

hepatite B ( VHB).

Só no Brasil 1% da população é portadora crônica da hepatite B. Trata-se de uma doença, na maioria das vezes, silenciosa, com sintomas parecidos com os das hepatites em geral, grave, porque o grupo exposto está sujeito a complicações como a cirrose e o câncer de fígado, que acabam gerando a necessidade de um transplante. Em 2002, o Ministério da Saúde do Brasil criou o Programa para Prevenção e Controle das Hepatites Virais e vem intensificando as ações de vacinação contra hepatite B. Precisamos lutar contra essa doença e para tanto é necessário que todos os estados e municípios cumpram as diretrizes do programa, como a manutenção dos exames de biologia molecular, que diagnosticam a doença.

O ministério desenvolve o combate às hepatites em três frentes: a prevenção e controle, a vigilância epidemiológica e a assistência ao portador. Nesse contexto, o Programa Nacional de Hepatites Virais tem como objetivos desenvolver essas ações de prevenção, promover a vigilância epidemiológica e sanitária, garantir o diagnóstico e o tratamento das hepatites, ampliar o acesso ao tratamento, melhorar a qualidade e a capacidade dos serviços de saúde e acompanhar e avaliar o conjunto das ações ( Fonte: Ministério da Saúde).

O Vírus da Hepatite B:

É resistente à luz ultra-violeta ( irradiação do plasma contaminado), ao éter, ao tricresol a 0,2%,

chega a sobreviver 7 dias no ambiente externo em condições normais e com risco de, se entrar em contato com sangue através de picada de agulha, corte ou machucados (incluindo procedimentos de manicure com instrumentos contaminados), levar a infecção em 5 a 40% das pessoas não vacinadas (o risco é maior do que o observado para o vírus da hepatite C - 3 a 10% ou o da AIDS - 0,2-0,5%). É inativado pela betapropiolactona, pelo hipoclorito de sódio e pela formalina; em água fervente é destruído no fim de 10 minutos.

O vírus da hepatite B pode permanecer no organismo, podendo infectar outras pessoas, por semanas antes dos sintomas, variando de 6 semanas a 6 meses.

Como se adquire a hepatite B?

O VHB tem como principal veículo o sangue, embora o sêmen, as secreções vaginais, a saliva possam contribuir para sua disseminação ( Scott & Cols, 1980; Friedman & Dienstag, 1986).

O VHB é transmitido por sangue

(transfusões, agulhas contaminadas, relação sexual,

após o parto, instrumentos cirúrgicos ou odontológicos, etc.).

Não se adquire hepatite B através de talheres, pratos,

abraço ou qualquer outro tipo de atividade social aonde

não ocorra contato com sangue.

Para ocorrer infecção por via oral

é necessáriaa ingestão de pelo menos 1 ml

de soro contaminado ( Balistreri, 1985).

Grupos de Risco: a incidência de hepatite B, obviamente, é mais alta em indivíduos que se expõem com freqüência à inoculação percutânea de sangue, ou que convivem intimamente ou entram em contato repetido com pessoas infectadas, como pacientes politransfundidos, principalmente hemofílicos, ou submetidos a hemodiálise crônica ( hoje, com o rigoroso controle do sangue e hemoderivados, a contaminação se tornou rara), homossexuais do sexo masculino, parceiros de portadores crônicos, profissionais do sexo, indivíduos

viciados em drogas injetáveis, presidiários,

recém-nascidos de mães infectadas, profissionais da área de saúde.

Sinais e Sintomas:

Os sinais e sintomas são semelhantes

aos das hepatites em geral.

* Iniciais: febrícula ou febre alta ( em alguns casos associada com calafrios), mal estar geral, anorexia, astenia, cefaléia leve ou moderada, mialgia, náuseas, vômitos, desconforto ou dores abdominais, etc

* Com a evolução: colúria (alteração de cor da urina, conseqüente à presença de pigmentos biliares), icterícia ( coloração amarelada da pele e das mucosas, por excesso de bilirrubina no sangue e deposição de pigmento biliar na pele e membranas mucosas ), hipocolia ou acolia fecal (fezes claras ou esbranquiçadas, por supressão ou suspensão da secreção biliar), pruridermia ( coceira no corpo), etc.

Vale salientar que existe a forma anictérica ( sem olhos amarelos) da hepatite, mais comum em crianças, mas pode ocorrer também em adultos.

Os sintomas desaparecem em 1 a 3 meses, mas algumas pessoas podem permanecer com fadiga mesmo depois da normalização dos exames.

Evolução:

* Cerca de 95% das pessoas evoluem para cura;

* 0,5 a 1% podem evoluir para hepatite fulminate ( mortalidade de até 60%). Cerca de 50% dos casos de hepatite fulminante estão relacionados à infecção com hepatite B.

* 1 a 5% não se curam da doença e ficam com a forma crônica. Dessas pessoas, cerca de 25 a 40% podem desenvolver cirrose e câncer de fígado ao longo de décadas.
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( Câncer do fígado + Cirrose )
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Em crianças, o risco da doença tornar-se crônica é bem maior, bem como em alcoólatras, pessoas com baixa imunidade (como em portadores de AIDS, ou os que realizam radioterapia ou quimioterapia).
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Como se previne a hepatite B?

* Vacina: a vacina contra a hepatite B foi descoberta em 1981. É obtida por técnicas de engenharia genética, a partir de componentes do vírus da hepatite B. Faz parte do PNI brasileiro.
Como é aplicada?Por injeção via intramuscular no vasto lateral da coxa. São necessárias três doses da vacina: a primeira logo após o nascimento, a segunda trinta dias após a primeira, a terceira seis meses após a primeira.
Quem deve tomar?Todas as crianças.
Quando é preciso tomar a vacina?A primeira dose, ainda na maternidade. A segunda dose, com um mês de idade. A terceira dose, com seis meses.

Além das crianças, a vacina está especialmente recomendada a pacientes que se submetem a hemodiálise, aos portadores do vírus da hepatite C, alcoólatras, indivíduos com outras doenças hepáticas, aos profissionais de saúde, etc

Pessoas que tiveram exposição conhecida ao vírus, por exemplo, indivíduos que sofreram acidentes com agulhas, que não tenham recebido as doses completas da vacina para hepatite B, relação sexual com indivíduo contaminado, dentre outros casos, estudados à parte, devem receber a Imunoglobulina contra a hepatite B, de acordo com avaliação médica.

Salientamos aqui a importância de um pré-natal com acompanhamento adequado e exames de rotina, inclusive com sorologia para hepatite B.

Recém-nascidos de mães com hepatite B devem receber, ao nascer, a imunoglobulina contra a hepatite B +vacina, imediatamente após o parto, para diminuir o risco da criança desenvolver a hepatite B.
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* Uso de preservativos ( camisinha): nas relações sexuais, é fundamental. A chance de contrair a hepatite B em uma relação sexual é bem maior do que a de contrair AIDS.