segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Hepatite C: saiba mais e previna-se!
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Hepatite C é a inflamação do fígado causada pelo vírus
da hepatite C (HCV ou VHC), transmitido através do contato
com sangue contaminado.Essa inflamação ocorre na maioria
das pessoas que adquire o vírus e, dependendo
da intensidade e tempo de duração,
pode levar a cirrose e câncer do fígado.
O vírus da hepatite C teve a seqüência de bases
nucleotídicas de seu genoma identificada em 1989
e, no início da década de 90, surgiram testes sorológicos
que identificam a presença da infecção.
Desde então, interrompeu-se significativamente
a contaminação em transfusões de sangue e transplantes.
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EPIDEMIOLOGIA
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A infecção pelo HCV ocorre em todos os
continentes e a OMS estima que existam no mundo
cerca de 170 milhões de indivíduos que estão ou
estiveram infectados por este agente, o que corresponde
a aproximadamente 3% da população mundial.
É atualmente a principal causa de transplante hepático
em países desenvolvidos e responsável por
60% das hepatopatias crônicas.
A OMS classifica a prevalência do HCV como baixa
( 0,2% a 0,5%) no Reino Unido e na Escandinávia,
como intermediária ( 1 a 5%) no Brasil
e na Europa oriental e como elevada (>5%) no Egito.
Nos EUA, admite-se que cerca de 3,9 milhões de
indivíduos já tenham sido contaminados pelo
HCV e que 2,7 milhões destes sejam virêmicos,
ou seja, apresentam o HCV-RNA no soro.
A incidência caiu de 180 mil casos novos por ano,
no início da década de 1980, para 28 mil casos
em meados da década de 1990.
Acredita-se que essa redução tenha sido
decorrente tanto do melhor controle das infecções
nos bancos de sangue como das campanhas de
prevenção da AIDS.
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No Brasil, a triagem sorológica por meio de testes ( Anti-HCV) é feita em todos os bancos de sangue desde 1993. Dados divulgados recentemente sobre o aumento anual de cerca de 30% na taxa de mortalidade de hepatite C, no período de 1996 a 2003, causaram temor na população brasileira. Apesar de os números trazerem preocupação, o Ministério da Saúde esclarece que como a doença pode levar anos para se manifestar, a maior parte dos registros provavelmente tem relação com pessoas contaminadas na década de 70 e 80 e até 1993 não havia controle sorológico para evitar a infecção nas transfusões de sangue e nos transplantes. Ainda existe, portanto, um contingente de pessoas que podem progressivamente engrossar essas estatísticas, caso não seja feito o diagnóstico precoce. O Ministério da Saúde alerta as pessoas que se submeteram à transfusão ou a transplante antes de 1993 para que procurem uma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e realizem o teste. (Fonte: Ministério da Saúde)
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COMO SE ADQUIRE A HEPATITE C?
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A hepatite C é causada por um vírus transmitido por sangue contaminado. Portanto, ocorre primariamente por meio de exposição a sangue contaminado e, nesse contexto, as hemotransfusões ( sobretudo antes de 1992), o uso de drogas por via endovenosa, práticas médicas com material contaminado e o transplante de órgãos assumem grande magnitude nos antecedentes. Em circunstâncias raras, ocorre a transmissão por via sexual ( risco maior em profissionais do sexo, em indivíduos promíscuos, naqueles com DST, nos homossexuais masculinos, entre outros)
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e a transmissão vertical (da mãe gestante para o filho, estimada em cerca de 2%)). Nos EUA o consumo de drogas é a maior preocupação das autoridades médicas, enquanto nos países subdesenvolvidos ainda são encontrados casos de hepatites pós-transfusionais. Adicionalmente, a maioria dos casos de contaminação pelo HCV que não são atribuídos à transmissão por transfusão ou drogas pode, entre outros fatores, ser decorrente da exposição dos profissionais da área de saúde ou a contatos sexuais de risco. A prevalência de infecção pelo HCV nos profissionais da área de saúde parece ser semelhante à da população em geral, embora exista o risco de contaminação em acidentes, como os acidentes com agulhas. Estima-se um risco de contaminação com o HCV em torno de 2% após acidente perfurocortante. O risco de contaminação com agulhas ocas ( injeção) parece ser maior do que com agulhas maciças ( sutura), na medida em que nestas últimas o inóculo viral é menor. Não há medidas de profilaxia pós-exposição reconhecidamente eficazes para esta situação ( deferentemente do que ocorre com a hepatite B, onde existem imunoglobulina e vacina).
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O aleitamento materno não foi identificado como fator de risco para transmissão do HCV.
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Outras formas de transmissão do HCV incluem o uso de tatuagens, piercings e o consumo de cocaína por via nasal. Aos adeptos dessas práticas ( tatuagens e piercings), aconselhamos que exijam material descartável ( luvas, agulhas, etc), antissepsia rigorosa e procurem informações sobre os riscos de tais práticas.

Tempo de cicatrização do piercing ( a título de curiosidade):

Lábio - 2 a 4 meses
Língua - 4 a 6 meses
Bochecha - 2 a 3 meses
Sobrancelha - 6 a 8 meses
Trago (orelha), Sobrancelha, Septo - 6 a 8 meses
Cartilagem da orelha - 1 ano
Aba do nariz - 2 meses a 1 ano
Umbigo - 6 meses a 1 ano
Mamilo - 4 meses a 1 ano
Lábio interno, Clitóris - 4 a 8 semanas
Lábio externo, Períneo - 2 a 6 meses
Pênis - 8 semanas
Nuca - 6 a 8 meses
Cartilagem da Orelha e Nariz - 3 meses a 1 ano
Braço/pulso- 1 a 2 meses
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SINAIS E SINTOMAS:
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Após a contaminação, diferentemente das outras hepatites por vírus hepatotrópicos, os períodos de incubação, de pródromos, de doença e de convalescença raramente são observados na infecção pelo HCV, isto porque o vírus da hepatite C não gera uma resposta imunológica adequada no organismo, o que faz com que a infecção aguda seja menos sintomática, mas também com que a maioria das pessoas que se infectam se tornem portadores de hepatite crônica, com suas consequências a longo prazo.

Apenas 1/3 dos adultos com infecção aguda pelo HCV desenvolvem sintomas, após 6 a 12 semanas, em geral inespecíficos, como astenia, anorexia, náuseas e febre. Icterícia é observada em apenas 15 a 20% dos casos. Após a fase aguda, a infecção pelo HCV evolui para a forma crônica em aproximadamente 55 a 85% dos casos.

A hepatite aguda pelo HCV ocasionalmente pode ser grave e se prolongar, mas muito raramente evolui com insuficiência hepática aguda grave ou hepatite fulminante. Há estudos sobre algumas formas mais graves associadas com o consumo exagerado de álcool, co-infecção com o vírus da hepatite B e o vírus HIV.

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Após a cronificação, a hepatite pelo HCV evolui de forma silenciosa, podendo, no entanto, desencadear sintomas gerais, como astenia, fadiga, dores musculares ou articulares, em alguns casos. A infecção pode ainda provocar as chamadas manifestações extra-hepáticas: crioglobulinemia, porfiria cutânea tarda, doenças linfoproliferativas, glomerulonefrites, líquem plano, tiroidite e sialoadenite auto-imunes e diabetes mellitus.

COMO O MÉDICO FAZ O DIAGNÓSTICO?

Anamnese ( história da doença)

Exame físico ( sinais e sintomas já especificados)

Antecedentes pessoais ( pelos meios já citados)

Exames laboratoriais - AST, ALT, bilirrubinas, anti-HCV ( EIE ouElisa, EIE-2, EIE-3)

A positividade do Anti-HCV nos casos de hepatite C aguda é de cerca de 50 a 70%.

RIBA Anti-HCV ( custo elevado)

HCV-RNA( altas sensibilidade e especificidade)

Carga Viral - ainda em fase de aprimoramento

Genotipagem - deve ser realizada em todos os pacientes que serão tratados, já que os esquemas terapêuticos diferem de acordo com o genótipo.

Biópsia hepática - tem sido realizada de rotina nos pacientes para os quais se cogita o tratamento antiviral. Seus objetivos são: avaliação do estágio da doença ( fibrose) e grau de atividade inflamatória, que terão valor prognóstico e definirão a indicação de tratamento; ,afastar outras etiologias; avaliar a presença de fatores contribuintes para evolução para cirrose.

EVOLUÇÃO:

Se você acha que pode estar com hepatite,

procure um médico, pois

só ele poderá fazer o diagnóstico

e tratá-lo adequadamente.

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Fontes: Condutas em Doenças Infecciosas

http://www.medsieditora.com.br/

http://www.hepcentro.com.br/

http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?230

http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=22541

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