sábado, 28 de março de 2009

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NEVOS PIGMENTADOS
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Nevos, em sentido lato, são anomalias de desenvolvimento da pele ( hamartomas), que se manifestam por hiperplasia (crescimento exagerado por proliferação exagerada das células), hipoplasia ( no caso, subdesenvolvimento do tecido) ou aplasia (desenvolvimento incompleto ou imperfeito) dos elementos constituintes da epiderme e da derme.

Podemos ver os nevos já ao nascimento, no entanto, a maior parte deles surge após semanas ou meses, por vezes na adolescência ou na idade adulta.

Os nevos aumentam de tamanho com o crescimento do corpo e fixam-se para sempre em determinada dimensão.

Alguns acompanham outras alterações orgânicas, constituindo genopatias complexas.
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Síndrome do Nevo Epidérmico
( Imagem extraída do Dermatlas)

Os nevos epidérmicos são formações hamartomatosas
que têm origem no folheto ectodérmico e mesodérmico e
são caracterizados por diferentes tipos de lesões cutâneas.
Apresentam-se clinicamente como placas discretamente
elevadas, cor da pele ou hipercrômicas e, na evolução,
tornam-se aveludadas e verrucosas.
Dependendo do tipo celular predominante, queratinó-
citos ou apêndices cutâneos, dará origem aos diferentes
tipos de nevos, ou seja, queratinocítico, sebáceo, comedô-
nico e das glândulas écrinas e apócrinas. São exemplos
desse tipo de lesão o nevo sebáceo de Jadassohn, o nevo
verrucoso, a ictiose histrix, entre outros.
Em um terço dos pacientes o nevo epidérmico pode
estar acompanhado de anormalidades em outros sistemas
orgânicos. A associação desses tipos de nevos com
anormalidades congênitas do sistema nervoso central,
oculares e ósseas é de aparecimento esporádico e constitui
a chamada síndrome do nevo epidérmico.
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Síndrome do Nevo Sebáceo
variante da síndrome do nevo epidérmico
(Imagem extraída do Dermatlas)

Há nevos com feição hereditária, podendo surgir até em idêntico local de diversos indivíduos da mesma família.

Determinados nevos, decorrido certo tempo de progressão, reduzem-se a pouco e pouco e desaprecem. Um número restrito pode evoluir para neoplasia maligna.
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Veja a diferença entre essas duas lesões:
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A primeira lesão: simétrica, contorno regular, cor uniforme. É benigna, trata-se de um nevo melanocítico.
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A segunda lesão: assimétrica, borda irregular, cores diferentes ( marrom e preto), diâmetro maior do que 0,6 ccm. É maligna, trata-se de um melanoma e pode ser comprovada por biópsia e histopatológico.


NEVOS PIGMENTADOS ( SINAIS) - de modo sucinto, aqui citaremos alguns deles.
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Sinonímia: Nevos melanocíticos, nevos nevocelulares, nevos nevocíticos.
São todas as formações névicas em que geralmente há proliferação de melanócitos ( células produtoras de melanina, o pigmento negro encontrado em locais diversos do corpo, como pele, pêlos, e em certos tumores, etc. ). Grande variedade clínica e patológica. A grande maioria não tem potencial para malignidade - menos de 20% dos melanomas se originam sobre nevo. Os diferentes tipos de nevos pigmentados confundem-se freqüentemente, sendo por vezes difícil caracterizá-los clinicamente. Sendo assim, compete à histopatologia definí-los.

Podem ser:

Congênitos - presentes ao nascimento, 1% dos nascidos vivos.

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Nevo melanocítico congênito gigante ( imagem extraída do Dermatlas )

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Nevo melocítico congênito gigante ( imagem extraída do Dermatlas )

Adquiridos: desde a infância, em geral aos 30 anos se tem 20 a 30 nevos.
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Nessa imagem, vemos alguns nevos melanocíticos e nevo melanocítico atípico, que merece uma atenção especial. (Imagem extraída do Dermatlas )
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Podem desaparecer, decorrido certo tempo de progressão, com perda de pigmento e involução progressiva. É raro encontrar no idoso nevos pigmentados adquiridos.
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A seguir, vamos ver alguns tipos de nevos pigmentados:
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Nevo de Ota ( imagem extraída do Dermatlas)

Nevos de Ota e de Ito - estas lesões são caracterizadas por uma extensa hiperpigmentação maculosa azulada unilateral. Se aparecer na região suprida pelas divisões oftálmica e maxilar do nervo trigêmeo, é conhecida como nevo de Ota. Muitas vezes há pigmentação na esclerótica e nos tecidos orbitários até o periósteo; às vezes também nas mucosas da faringe, palato e nariz. Ainda que seja raro, apontam-se casos de malignização ( Fonseca, Aureliano & Faria, J. Lopes )
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Nevo de Ota, com pigmentação da esclerótica ( imagem extraída do Dermatlas )

Se ocorrer na região suprida pelos nervos supraclavicular posterior e cutâneo braquial lateral, é conhecido como nevo de Ito.

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Nevo de Ito ( imagem extraída do Dermatlas )

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Nevo Spillus ( imagem extraída do Dermatlas)

A erupção pode ocorrer em uma distribuição segmentar. Pode associar-se com neurofibromatose.

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Nevo Azul - a lesão é elevada a mostra-se de cor azul ou azul-negra. O dorso da mão é uma localização comum. É totalmente benigna. As células névicas estão presentes na derme inferior e a luz incidente resulta em refração azul.

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Nevo de Becker - é mais comum em homens e embora o tórax, o ombro e braços sejam os locais usuais de comprometimento, pode surgir em qualquer lugar. É pigmetado e subseqüentemente desenvolve pêlos espessos, grosseiros.

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Nevo pigentado verrucoso ( Imagem extraída do link: http://www.dermatologiaestetica.net/)

Nevo Pigmentado Verrucoso - circunscrito, resulta do desenvolvimento excessivo das estruturas epidérmicas, incluindo, obviamente, abundância de células névicas. Tal formação toma aspecto granitado-verrucos e pode ser de pequeno tamanho ou, pelo contrário, extenso, formado por numerosos elementos aglutinados, constinuindo "placas" mais ou menos extensas, com ou sem pêlos.


Nevus piloso pigmentado gigante, transformado em melanoma maligno.


Vista lateral do mesmo paciente.


Observe a acentuada distensão abdominal e a caquexia.
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Nevo de Sutton - sob este nome designa-se um "lentigo" cercado por área acrômica, que surge na infância ou na adolescência. Umas vezes aparece o lentigo e depois o halo acrômico; outras vezes, pelo contrário, é a mancha acrômica que primeiramente se vê.


Inúmeros mitos giram em torno dos "sinais", principalmente em virtude da sua associação com melanoma maligno. As seguintes são as versões corretas desses mitos:
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* Os sinais das palmas, plantas e genitália não são potencialmente perigosos e não necessitam, com exceções, ser removidos. 10% dos homens jovens têm sinais nas palmas, plantas e genitália, todavia melanoma maligno é incomum nestes locais;
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*A eletrólise dos pêlos dos nevos compostos não é perigosa:
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*A excisão de um sinal benigno não provoca alteração maligna;
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O mito de que a excisão é perigosa deve presumivelmente ter-se originado depois que um melanoma maligno, erradamente diagnosticado como sinal benigno, foi removido e subseqüentemente metastatizou. A maioria dos melanomas malignos se originam da pele anteriormente normal, e não de sinais, absolutamente. Os restantes originam-se de nevos congênitos ou de nevos displásicos e apenas às vezes de sinais adquiridos comuns.

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Tratamento:
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A principal preocupação a respeito do nevo melanocítico congênito reside no seu potencial maligno. Certamente há um risco grandemente aumentado de melanoma maligno no nevo pigmentado gigante congênito ( nevo em calção de banho). O risco em um nevo congênito comum parece ser muito baixo porque melanoma maligno é um tumor incomum, todavia 1% da população possui esses nevos congênitos.
O melhor conselho é que esses nevos devem ser excisados, se isto for tecnicamente possível sem mutilação e mau efeito estético, o que na prática abrange apenas os menores. Uma vez que um local comum de melanoma maligno é a perna em mulheres e o tronco em homens, deve-se sempre considerar a remoção dos nevos congênitos nestas áreas.
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** Se você possui algum sinal (ou mancha) que está mudando de cor, que "coça", que sangra, que está aumentando de tamanho, procure um Dermatologista ou um Oncologista. ***
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